“O número de diabéticos está aumentando muito no mundo, principalmente pela má alimentação e falta de exercícios.”
Jacqueline Mendonça Lopes de Faria, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp
O novo medicamento ainda está em fase de estudos com ratos de laboratório e precisa ser testado em seres humanos. Mas, para isso, é preciso que alguma indústria farmacêutica se interesse pelo produto, adquirindo a patente, e banque as pesquisas.
“Essa fase de estudos em humanos é muito cara e precisa envolver vários centros de pesquisa. A primeira fase é feita em pessoas saudáveis para saber se o colírio é seguro. A segunda fase é em pessoas com a doença para saber se ele é eficiente em humanos.”, diz Jacqueline Mendonça Lopes de Faria, da Faculdade de Ciências Médicas, uma das responsáveis pela pesquisa.
Depois dessas fases ainda há testes em grupo maiores, com milhares de pessoas, e por um período maior de tempo. Com investimento nesses testes, o medicamento poderia ser habilitado para ser colocado no mercado em cerca de cinco anos.
Estudos
Ela estuda a doença há 20 anos, mas foi em 2008 que começou com um grupo de oito pesquisadores a desenvolver o colírio.
Ela estuda a doença há 20 anos, mas foi em 2008 que começou com um grupo de oito pesquisadores a desenvolver o colírio.
Primeiro foram estudados os possíveis mecanismos para o tratamento. Depois estudadas as substâncias que poderiam atuar para controlar a doença. Após o grupo da FCM, se juntaram ao trabalho pesquisadores da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Unicamp.
Os primeiros testes foram feitos em ratos de laboratório e, além de resultados positivos no tratamento, não apresentaram reações adversas. O principal desafio foi desenvolver um produto que conseguisse driblar as barreiras oculares e chegar até a retina levando o princípio ativo.
Doença
A retinopatia diabética afeta cerca de 40% dos diabéticos. As altas taxas de glicemia degeneram a retina e, com o tempo, a visão pode ser afetada. No início a doença é imperceptível, mas depois podem aparecer manchas na visão e, em casos mais graves, ocorrência de edemas que podem lavar à cegueira.
A retinopatia diabética afeta cerca de 40% dos diabéticos. As altas taxas de glicemia degeneram a retina e, com o tempo, a visão pode ser afetada. No início a doença é imperceptível, mas depois podem aparecer manchas na visão e, em casos mais graves, ocorrência de edemas que podem lavar à cegueira.
“O número de diabéticos está aumentando muito no mundo, principalmente pela má alimentação e falta de exercícios. Junto a isso, com os novos medicamentos e tratamentos, quem tem a doença está vivendo mais. Por isso, as complicações da retinopatia se tornam mais frequentes”, diz Jacqueline.
As intervenções cirúrgicas, uso de injeções e laser para o tratamento muitas vezes precisam ser repetidos, o que aumenta os riscos e as sequelas aos pacientes. O colírio, além de não ser invasivo, pode ser aplicado preventivamente, impedindo o desenvolvimento da doença.
Além da retinopatia, há a possibilidade do colírio poder ser usado para o tratamento de outros distúrbios oculares, como o glaucoma. Mas isso ainda depende de novos testes e adaptações para os diferentes tratamentos.
Empresas interessadas no licenciamento da tecnologia podem entrar em contato com o Setor de Parcerias da Agência de Inovação Inova Unicamp pelo e-mail parcerias@inova.unicamp.br ou pelos telefones (19) 3521-2552 ou 3521-2607.
– Fonte: Portal G1